O LOUCO NA IGREJA
(Fuga sacra)
Flores brancas, flores frias,
Cravos, lírios... Flores claras
Das cruzes das sacristias
Que encobrem com graças raras
Os crânios de almas preclaras
Guardados nas galerias
E os cristos de pedrarias
Cobertos com pedras caras.
Cravos, lírios... Flores claras
Das cruzes das sacristias
Que encobrem com graças raras
Os crânios de almas preclaras
Guardados nas galerias
E os cristos de pedrarias
Cobertos com pedras caras.
Gretadas teclas cansadas,
Crivadas marchetarias,
Dos cravos de mão pregadas
E os cravos das melodias
Que as horas cremam vazias
Com notas crucificadas
Nos crivos das balaustradas
Quebrando o cristal dos dias.
Crivadas marchetarias,
Dos cravos de mão pregadas
E os cravos das melodias
Que as horas cremam vazias
Com notas crucificadas
Nos crivos das balaustradas
Quebrando o cristal dos dias.
Cantarias denegridas,
Quadros negros nas escadas,
Colunas gregas descridas
Nas grutas sacramentadas,
Catedrais das madrugadas
Carpindo estrelas ungidas
No escrínio escuro das vidas
Que clamam petrificadas.
Quadros negros nas escadas,
Colunas gregas descridas
Nas grutas sacramentadas,
Catedrais das madrugadas
Carpindo estrelas ungidas
No escrínio escuro das vidas
Que clamam petrificadas.
Contrições das faces magras,
Gangrenas encandecidas,
Adros graves, almas agras,
E as ocres carnes feridas,
Cornijas, campas perdidas,
E as covas cheias de pragas,
Crestados claustros nas fragas,
Rangentes dentes deicidas...
Gangrenas encandecidas,
Adros graves, almas agras,
E as ocres carnes feridas,
Cornijas, campas perdidas,
E as covas cheias de pragas,
Crestados claustros nas fragas,
Rangentes dentes deicidas...
tanto pela sonoridade quanto pelas imagens, esse poema é de uma beleza incrível, Alexei!
ResponderExcluirAbraço,
Wagner